A pa-lavra do Exército Zapatista de Liberação Nacional nos acompanha em uma itinerância por espaços periféricos do Brasil. A cada novo encontro faremos vibrar a voz do EZLN, a partir da própria energia criativa que o movimento mobiliza em nós, desde a nossa própria aproximação com a luta dos povos indígenas de Chiapas-México. Um impressionante conjunto de cartazes, representativos da luta e da resistência Zapatista, abrem caminho para que esta utopia real também se faça saber-sentir através de imagens em nosso território. Os cartazes, criados pelo artista mexicano Gran Om, foram generosamente doados para a itinerância pelo Café Zapata da Cidade do México.
Lavrar, potencializar a fertilidade crítica e criativa, é o que desejamos. As graves crises ecológicas e sociais que enfrentamos mundialmente exigem de nós ações cada vez mais sintonizadas com as categorias, saberes e conhecimentos de mulheres e homens da cor da terra. A indissociável conexão com a natureza e com todos os seres vivos, fonte da força espiritual dos povos Maias de Chiapas, traz à tona, na contramão das epistemologias da modernidade capitalista, um pensamento da terra que ao tocar a vida em sua dimensão complexa é capaz de fazer frente ao sistema de morte instaurado.
Semear vida em tempos de morteimplica substancialmente em um processo criativo, artístico-social, de reconstituição de experiências comunais, tendo como pilar a autonomia, próprio coração do projeto político Zapatista que vem demostrando que é possível construir territorialmente experiências de vida auto determinadas, a contrapelo do que impõe o capitalismo globalizado. Neste sentido, a nossa itinerância deverá privilegiar territórios no estado da Bahia já envolvidos em processos de luta, com o objetivo de fazer vibrar a partir destes encontros as formas próprias, potenciais e inventivas dos que estão abaixo, seja em favelas, espaços periféricos ou comunidades indígenas em resistência.
Veja os eventos da itinerância:
